Na década de 60, o genial estilista Yves Saint Laurent levava às passarelas de moda europeias uma das suas coleções mais exuberantes. Laurent, como um artista do seu tempo, iria traduzir com ajuda de carretéis de linha, tesoura e muito brocado, gorgorão, plumas, penas, sedas e até pedrarias, a estética e as misteriosas culturas do continente africano. Era uma recriação da África, a partir do olhar ocidental, feita pelas mãos do artista argelino naturalizado francês, que representava em seus figurinos o continente africano para além das conhecidas estamparias étnicas, das bijuterias pesadas e de inspiração tribal, e das roupas cor de caqui que tornaram o estilo safári inconfundível. Simplesmente deslumbrante.
Hoje, passado quase meio século, as relações entre a África e o mundo da moda, se ainda não viraram "tendência", pode se dizer, sem medo de errar, que já se estreitaram muito. Não dá para negar que, cada vez mais a negritude - em suas mais diversas versões - vem se impondo no mundo fashion. E, o melhor, parte deste movimento vem sendo feito pelas mãos de estilistas afro-descendentes.
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