A literatura presente na
África têm atraído cada vez mais os leitores brasileiros, e é composta por dois
tipos: a Árabe e a Africana.
Sendo o escritor um reflexo
de sua época e meio, a literatura árabe é produzida por países árabes e
muçulmanos, onde se relata os problemas relacionados às mulheres e a atual
política local. Já a literatura considerada africana é aquela escrita em países
que não têm a cultura islâmica e árabe. Contudo, não considera-se então a
literatura como a do continente como um todo, devido à cultura, a busca de
identidade, a realidade de cada um.
Autores da África do Sul que
escrevem em inglês:
John
Maxwell Coetzee – nascido em 9 de fevereiro de 1940, em Cidade
do Cabo, escreve de forma considerada ácida e bem escrita, traduz em seus
romances com maestria a realidade do apartheid.
Ganhou o prêmio NOBEL em 2003, sendo o quarto escritor africano com essa
honraria e o segundo em seu país. Bacharel em língua inglesa e em matemática,
passou 3 anos na Inglaterra onde trabalhava com a profissão de programador de
computadores e escrevia uma tese sobre um inglês. Em 1968 completou seu
doutorado em linguística das línguas germânicas, e até 1971 foi professor da
Universidade do Estado de Nova Iorque, mas depois lhe foi negado o direito de
residência permanente nos EUA, então retornou à África do Sul e ensinou na
Universidade da Cidade do Cabo.
Sua carreira literária no
campo da ficção iniciou-se em 1969, porém seu primeiro livro, Dusklands, só foi
publicado em 1974, na África do Sul. Ele recebeu vários prêmios antes do Nobel
e foi o primeiro a receber o BookerPrize por duas vezes, em 1983 e 1999, e
totalizou até então um total de 20 livros publicados.
Nadine
Gordimer – nascida em 20 de novembro de 1923, em
Johannesburg, é a primeira ganhadora africana do prêmio Nobel, recebido na
década de 90. É autora de cerca de 35 livros, sendo 14 de ficção, 15 coletâneas
de contos, 1 peça, 3 ensaios e 2 outros livros. Não tão conhecida no Brasil,
escreve desde os 15 anos, “A arma da casa”, uma história inesquecível de um
casal que descobre que seu filho cometeu um crime.
Traz na maioria dos teus
livros crônicas sobre a deterioração social que afetou a África do Sul durante
o regime de apartheid, Desde o
romance The LyingDays, que a estreou
em 1953, até The Conservationist, em
1974, vencedora do BookerPrize, começou a dedicar sua escrita à dramatização
das difíceis escolhas morais surgidas numa sociedade marcada pela segregação
racial.
Autores de Angola que
escrevem em português:
Artur
Carlos Maurício Pestana dos Santos (Pepetela): nascido
em 29 de outubro de 1941, em Benguela, escreve sobre a época das guerrilhas e
sobre a atualidade, ainda estudante foi guerrilheiro e participou da guerra
colonial que fez Angola deixar de ser colônia portuguesa. Um dos escritores
mais militantes do país, com vários prêmios ganhados pelo mundo, fazendo
análise da Angola a partir da construção da nação.
Na década de 90 sua escrita
ainda se preocupava muito na história da Angola, mas começando a analisar a
situação política do país com maior critica e sentido de ironia. A situação
piorou em Angola nos anos 90, então este ficou grande tempo em Lisboa e no
Brasil, mas ficando bastante mais conhecido no mundo lusófono. Em 1997 ganhou o
reconhecido Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra, sendo o autor mais jovem a
receber este prêmio, segundo africano e o primeiro angolano.
Ndalu
de Almeida (Ondjaki) – nascido em 1977, em Luanda, formado em
Sociologia em Lisboa, com experiência em teatro e pintura. É representante da
nova geração, cineasta, ator e artista plástico. Apesar de jovem seus livros
tratam de temas que pouco saem na mídia, como crianças de 6 anos que sofrem
mazelas das guerras. Mora no Rio desde 2007.
Foi laureado com o Grande Prêmio de Conto Camilo Castelo
Branco, em 2007 pelo seu livro Os da
Minha Rua, recebeu também, na Etiópia, o prêmio Grinzane por melhor escritor africano, em 2008, em outubro de 2010,
ganhou no Brasil o Prêmio Jabuti, na categoria juvenil. Com 16 obras
publicadas, algumas traduções para Itália, Uruguai, Suíça, Espanha, Inglaterra,
Canadá, Argentina, México, Sérvia, Suécia, Cuba, Polônia e 8 prêmios.
José
Eduardo Agualusa – nascido em 13 de dezembro de 1960, em Huambo,
estudou agronomia e silvicultura no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa,
e colaborava com a publicação do jornal português Público desde a sua fundação.
Utiliza em suas escritas uma
linguagem poética e a fantasia para contar temas fortes sobre a realidade
angolana. Atualmente escreve crônicas mensalmente para a revista portuguesa LER
e semanalmente para o jornal angolano A
Capital.
Divide seu tempo entre Brasil,
Portugal e Angola e é um autor que tem agregado muitos novos fãs no nosso país
por sua escrita universal, fundador da editora Língua Geral, dedicada a autores
de língua portuguesa.
Autores de Moçambique que
escrevem em português:
António
Emílio Leite Couto (Mia Couto) – nascido em 5 de julho de
1955, em Beira, é biólogo e escritor moçambicano. Iniciou os estudos de
medicina quando começou o curso de jornalismo. Largou a medicina para
dedicar-se às palavras. Escreve contos, crônicas, poesia e romances. Consegue
transmitir a cultura de sua terra através de escrita refinada e poética. É
comparado a Gabriel García Márquez, Jorge Amado e João Guimarães Rosa e já
ganhou muitos prêmios literários.
Paulina
Chiziane – nascida em 4 de junho de 1955, em Manjacaze –
Gaza, aprendeu a língua portuguesa em escola de missão católica, fez militância
política, mas desiludiu-se com os partidos e concentrou-se na literatura,iniciou estudo em Linguística, porém não o concluiu e em
1984 começou a sua atividade literária, escrevendo contos publicados na
imprensa moçambicana, em 1990 com a divulgação do seu primeiro livro, Balada de
amor ao vendo, tornou-se a primeira mulher moçambicana a publicar um livro.